terça-feira, 20 de março de 2012

Clube Militar faz debate sobre 1964, com general que contestou tortura a Dilma

Diretor sindical: Sergio careca

São Paulo – A proximidade dos 48 anos do golpe que derrubou o presidente João Goulart inspirou o Clube Militar a promover um debate com o tema “1964 – A Verdade”. Foi marcado para o próximo dia 29, às 15h, no salão nobre da entidade, instalada na avenida Rio Branco, região central do Rio de Janeiro. Deve-se usar traje esporte fino. Um dos expositores será o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, o mesmo que, no início do mês, deu entrevista ao jornal O Globo pondo em dúvida se a presidenta Dilma Rousseff foi torturada e questionando a responsabilidade do Estado na morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

É provável que não encontre oposição entre seus companheiros de mesa. Um deles é o médico e psicanalista Heitor De Paola, articulista do blog Mídia sem Máscara e membro da ONG Terrorismo Nunca Mais. Em seu site, pode-se ver uma imagem do revolucionário argentino Che Guevara marcada por um carimbo de “liquidado”. O outro painelista é o jornalista Aristóteles Drummond, que começou na carreira exatamente em 1964. Hoje, informa, apresenta programas de entrevistas na Rede Vida, é debatedor da Rádio Catedral do Rio e colaborador de diversas publicações. Foi assessor do Ministério das Minas e Energia (1980-1984), diretor da Light e presidente do Conselho Fiscal da Vale, entre outros cargos.

O mediador do debate será o advogado Ricardo Salles, presidente do Movimento Endireita Brasil e defensor, como explica em sua página na internet, de uma “nova direita, liberal-conservadora”. Foi candidato a deputado federal pelo PFL em 2006 e pelo DEM (nova denominação do partido) em 2010.

O debate ocorre em um contexto de críticas de militares da reserva à Comissão da Verdade. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode reabrir julgamento sobre a Lei da Anistia, de 1979. E na semana passada a Justiça Federal no Pará rejeitou denúncia do Ministério Público Federal contra o militar Sebastião Curió, por crimes cometidos durante a Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970.

O Ministério da Defesa informou que não está tratando do assunto.

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